A voz não se propaga
No silêncio das verdades
O olhar não penetra
A muralha dos preconceitos
Quem não cria escudos,
Amortalha paixões insanas
ou cativa seus orgulhos?
Tolos os sábios e amigos
Não há quem queira ouvir
Não há quem saiba ouvir
profetas do fim prescrito
Só o lacerar da realidade
Dilacera sorrisos perversos
Esmigalha alegrias sádicas
Doutrina pérfidos costumes
Ó querido trincar da esperança
abstem e aniquila sonhos
devolve o sentido da vida
Aos loucos que não sabem amar
A todo o momento pensando em escrever, mas escrevendo mesmo...
22/05/2010
17/05/2010
Não mexam com a institucionalidade das coisas...
Um dia o homem chegou
cheio de grana na cidade
abriu comércio, fez amizade
virou prefeito, fez caridade
e todo mundo aceitou
o império sugerido
pelo homem de integridade
pra melhoria da cidade
Depois de anos de dominio
Quando virou um quase-rei
Voltando duma viagem
Saiu do carro, acenou
E feliz abraçou,
seu amante guêi.
Todos sorriam,
amarelados
Suavam frio
pelo grave caso
Mas como era o rei
causador do acaso
eles logo abraçaram
quem estava do lado
Um tempo depois,
depois do instaurado
voltou para o reino
um pobre coitado
que foi tentar a sorte lá fora
e voltou todo lascado
Sua mãe virou pai
O pai, avó
A tia, sobrinho
E o papagaio,
curió
E ele que não se virou
nem lá fora, nem cá
Foi condenado a morte
e no estopim da confusão
com a presença do rei
esbarrou no tal amante
na região bagulhar
e por incrivel que pareça
fez as bola arriar
e o tal amante guêi
era uma morena de matar
Todo mundo ficou possesso
e pra tudo acabar
mataram o rei e a morena
e mataram o pobre coitado
só pra ele aprender
que viadagem institucional
queimação prêt-à-porter
depois que o povo acostuma
quem chega de fora e quer se meter
nada mais merece,
o bem merecido morrer
cheio de grana na cidade
abriu comércio, fez amizade
virou prefeito, fez caridade
e todo mundo aceitou
o império sugerido
pelo homem de integridade
pra melhoria da cidade
Depois de anos de dominio
Quando virou um quase-rei
Voltando duma viagem
Saiu do carro, acenou
E feliz abraçou,
seu amante guêi.
Todos sorriam,
amarelados
Suavam frio
pelo grave caso
Mas como era o rei
causador do acaso
eles logo abraçaram
quem estava do lado
Um tempo depois,
depois do instaurado
voltou para o reino
um pobre coitado
que foi tentar a sorte lá fora
e voltou todo lascado
Sua mãe virou pai
O pai, avó
A tia, sobrinho
E o papagaio,
curió
E ele que não se virou
nem lá fora, nem cá
Foi condenado a morte
e no estopim da confusão
com a presença do rei
esbarrou no tal amante
na região bagulhar
e por incrivel que pareça
fez as bola arriar
e o tal amante guêi
era uma morena de matar
Todo mundo ficou possesso
e pra tudo acabar
mataram o rei e a morena
e mataram o pobre coitado
só pra ele aprender
que viadagem institucional
queimação prêt-à-porter
depois que o povo acostuma
quem chega de fora e quer se meter
nada mais merece,
o bem merecido morrer
11/05/2010
Level up
Soneto de separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinícius de Moraes
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinícius de Moraes
09/05/2010
(L)
Mãe,
O caminho é deserto
As pessoas distantes
Os amores incertos
E o rio, um gigante
A distância corrói
A saudade me afeta
O silêncio perturba
O sorriso se fecha
Cada passo, penso
Cada penso, lembrança
E os tempos aí perto
Alegram cá essa criança
Não é infinita a distância
Não é eterno o dispersar
Os labores, quem sabe se findam
Mas o rio, maior que o mar
Porém,
mais que a distância infinita
e o mais penoso labor
maior que tudo é a saudade
mais resiliente é nosso amor
O caminho é deserto
As pessoas distantes
Os amores incertos
E o rio, um gigante
A distância corrói
A saudade me afeta
O silêncio perturba
O sorriso se fecha
Cada passo, penso
Cada penso, lembrança
E os tempos aí perto
Alegram cá essa criança
Não é infinita a distância
Não é eterno o dispersar
Os labores, quem sabe se findam
Mas o rio, maior que o mar
Porém,
mais que a distância infinita
e o mais penoso labor
maior que tudo é a saudade
mais resiliente é nosso amor
02/05/2010
Regozijos de primavera
Tantas flores no campo
delicadas, perfumadas
Sento na relva e contemplo
todas belas, únicas
todas perfeitas
Qual devo colher?
A mais próxima? A mais distante?
Deito entre elas,
e numa suave brisa
o vento me responde
soprando leve em meu rosto
o olor mais exultante
que brota de todas elas
delicadas, perfumadas
Sento na relva e contemplo
todas belas, únicas
todas perfeitas
Qual devo colher?
A mais próxima? A mais distante?
Deito entre elas,
e numa suave brisa
o vento me responde
soprando leve em meu rosto
o olor mais exultante
que brota de todas elas
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