Madrugada

 Ela está aqui

Mas não está 

Já se foi

Enquanto continuo

Eu e meus problemas

Boa noite donzela

O cavaleiro 

Ou o dragão 

Continuam em vigília 

A energia a ser gasta

A expectativa 

Tudo continuou 

E você se foi

Boa noite donzela

E boa noite seu monstro

Que me acompanha

Tempête et Montagne

 Tantos caminhos

Tantos sonhos

Tantos desejos

Enebriados e tomados

Por nossos devaneios

Tentando nos encontrar

Encontramos o amor

E assim

A tempestade encontrou a montanha

A água infiltrou a rocha

O paredão acalmou os ventos

No pé da montanha

Se formou um lindo bosque

Com um lindo lago, grama tenra

Lindas árvores floridas 

E (nossos) frutos

Os caminhos? 

Se ampliaram

Os sonhos? 

Mais bonitos

Os desejos? 

Em cada curva dela

Axé

Só posso pedir benção aos meus mais velhos

Ser muito grato pelo bucho cheio e ventilador que tanto me faz

E esperar um futuro melhor pros meus e pra todos que me querem bem

Fadiga 2

 Hoje eu cansei da vida

Cansei de trabalhar, trabalhar

E final do mês passar necessidade.

Cansei de ser leal, responsável

E isso só aumentar meu fardo.

Cansei, pois me privo de alegrias

E quando a tristeza bate

Tem terreno fértil para crescer.

Cansei, pois a luta

Tem sido longa demais.

Cansei, mas só por uma horinha

Agora preciso voltar

Tenho o almoço pra fazer.

Anxia

Hoje voltei a mim

Após o estresse 

Frenético

Do cotidiano

Nada demais, dirão

É só (SOMENTE) a vida

Voltei

E tentei descansar

Mas a mente

Antes dormente

Agora clama seus anseios

E eu, com o eu

De dentro de mim

Não me entendi

Sofri sem querer

Sem saber porquê

Mas aos poucos

Dum jeito subliminar

Como casal que

Deixa a raiva passar

Fomos nos entendendo

Nos acarinhando

E rolou

Só que já já

A vida volta

Agora é só agora

E depois... 

É todo o resto

Espiral

Tranquilidade
Sabedoria
Autoconhecimento
Metas

Palavras
Ao Vento
No Espiral
Da Paixão

Cinzas

Além do horizonte

Se acendeu uma fogueira

Forte, encandiando a noite

Queimando mais do que lenha

Mas a noite acabou

E a fogueira, virou cinzas

Que repousam no solo

Inertes

Quem sabe um dia

As cinzas

Nutram belas plantas

E cresçam belos frutos

くそー墓地

Não permita que

Mágoas enterradas

Vençam o amor

Deriva

Há muito

Vivo no limbo

Entre o que era

E o que me tornei

Mas me perdi

E agora não sei

O que sou

Entre meus desejos

E meus deveres

Derivo

E tento me navegar

Perante deuses

Meu destino

E minhas vontades

Quem há de me ajudar?

Passagens

As cores, a vida do dia

Anestesiam nossa mente

E a noite

Silenciosa e lenta

Nos faz parar
E enxergar

O que não percebemos

O que não vemos (e não queremos)

Então

Todo sofrimento

Afogo em álcool

Mas quando o coração

E a alma saturam

Transbordo em lágrimas

Ressaca

Após o ódio

Ofensas

O derramar das mágoas

Quero te ver maldita,

Traiçoeira, devassa

Mas meu coração me lembra

As lentes do rancor

Nunca me serviram bem

Tu és tu mesma

E eu...

Só quero 

Que fique tudo bem.

Memórias de borracha 1

Um escaravelho verde
Se desmonta no ar
Voluntariamente
Formando um arco perfeito
Delimitando o espaço
Para a energia do mantra
Se formar e pulsar
Névoa fluorescente
Cósmica
Fonte do som
Que chegava até nós

Vida por vida

Nesse mundo carnal

Onde a violência

Se faz necessária, mas

Poucas vezes é justa

Não nos livramos da sina

Da lei do retorno

Que muitas vezes retorna

De forma brutal

Então siga as regras da vida

Ame e odeie, pois és humano

Mas sempre busque 

O justo e o certo

Respeite a todos

E quando preciso

Olho por olho

Dente por dente

Nem mais, nem menos

Pois o universo

Com suas muitas encruzilhadas

Pode, numa distante estrada

Num tempo também distante

Cobrar sua dívida

De forma feroz

Sobre quem mais amamos